Esta semana, precisamente em 04
de fevereiro, li num postcast do Chemical & Engineering News (C&EN),
divulgado no web-site da American Chemical Society (ACS), uma matéria sobre o possível impacto do surto
de coronavírus, na China, sobre a produção de fármacos nos Estados Unidos.
Isso deve-se à dependência
global que suas indústrias farmoquímicas e farmacêuticas têm nos insumos
farmacêuticos ativos (IFA´s), dos fornecedores chineses. Claro que esta
situação que afeta o hemisfério norte,
também afetará o sul do equador, pois as estratégias e dependência de
fornecedores asiáticos de IFA´s, é, no mínimo, comparável por aqui.
A Figura acima, ilustra que 13% dos IFA´s utilizados
nos EUA (ca. 1.788 produtos) são oriundos de fornecedores chineses,
sendo que 28% são produzidos em casa e outros 26% vêm da União Européia, 18% da
Índia, 13% de outros lugares do mundo além de 2% do Canadá. Com a interdição de
viagens na China, as auditorias regulares nos fornecedores chineses estão
suspensas e com isso as exportações. O setor farmacêutico, em geral, trabalha
com estoques de matéria-prima para 3 meses de produção, o que significa que por
este período a mesma pode ser mantida, mas sem a necessária reposição, haverá impacto
na produção, a curto termo.
A
quarentena determinada na cidade de Wuhan, principal cidade afetada pelo surto
viral, tem repercutido na mobilidade das pessoas entre as principais cidades
chinesas. Por exemplo, segundo especialistas, tendo ocorrido em janeiro (25),
as comemorações do ano novo chinês, todos viajantes que se encontravam
distantes de suas casas, foram bloqueados no retorno às suas cidades, entre
eles muitos empregados de firmas farmoquímicas produtoras de IFA´s, localizadas
em Macau, Dalian, Tianjin, entre outras, o que também afetou a capacidade
produtiva dos fornecedores chineses de IFA´s.
Obrigado
por lerem.