Volto, conforme prometido
no início da última postagem sobre o desenho das estruturas químicas através
dos tempos, à temática da inovação terapêutica recente. Entretanto, desta vez
serei mais sucinto que de hábito, pois vou apenas descrever as recentes
inovações terapêuticas aprovadas pelo FDA norte-americano durante o primeiro
semestre do corrente ano.
Ao ler o último número da revista Nature Reviews of Drug Discovery no Portal de Periódicos da CAPES,
me deparei com a matéria sobre este assunto.
Foram aprovados 13 novas entidades
moleculares (NEM) no período. São considerados como entidades moleculares os
fármacos e biofármacos, além de novas associações (01: fluticasone com vilanterol
para doença pulmonar obstrutiva crônica) e na tabela abaixo incluí apenas as
sete novas entidades químicas (NEC) que representam pequenas moléculas ou novos
fármacos. Descartei os biofármacos (02; mipomersen e ado-trastuzumabe) e outros
como contrastes (02) para diagnósticos e sais inorgânicos coordenados (01).
Dentre os fármacos inovadores encontramos dois indicados para o controle
da diabetes tipo-2, aliás comentados na penúltima postagem, como a
canagliflozin e alogliptina. Temos ainda o fumarato de dimetila, fármaco
comentado em uma postagem anterior, com indicação para o tratamento da
esclerose múltipla, doença que não tem muitos recursos terapêuticos eficientes.
Foi também aprovado o composto pomalidomida, derivado estruturalmente
relacionado à talidomida, (e.g.
3-aminotalidomida), desenvolvido pela Celgene para tratamento do mieloma
múltiplo. Foi aprovado ainda o ospemifene da empresa japonesa Shionogi,
derivado estruturalmente relacionado ao tamoxifeno, com indicação principal para
o controle da eventual dor, severa ou moderada, provocada pela relação sexual em
mulheres na menopausa. Finalmente, dois novos tinibes com novos perfis de ação,
foram desenvolvidos pela Glaxo Smith-Klyne (GSK) para o tratamento do melanoma
metastático, ambos aprovados pelo FDA em maio do corrente. O dabrafenibe, atua
inibindo a enzima B-Raf envolvida na proliferação celular e o trametinibe atua
inibindo o sistema proteína quinase ativada por mitógeno (MAPK) e ERK (inibidor
de MEK1 e MEK2) o que representa um novo mecanismo de ação para controlar o
melanona metastático.
O total de aprovações de
novos fármacos inovadores pelo FDA, neste primeiro semestre de 2013, se
equivale aquele de 2012, antecipando que, provavelmente, este ano o FDA igualará
ou ultrapassará o total de aprovações de NEM de 2012, o que sugere que a indústria
farmacêutica que inventa fármacos, parece estar recuperando sua criatividade e
capacidade de inovação.
Obrigado por lerem.