Nestes tempos de Jogos Olímpicos (JO´s)
vive-se uma avalanche de competições, em alto nível, em diversas modalidades
esportivas. Acaba-se misturando as emoções do atletismo com o handebol e assim
por diante. Esta explosão de disputas visa, sempre, a busca das cobiçadas
medalhas olímpicas, onde a dourada, claro, é o maior “sonho de consumo” de cada
atleta. Assim que, a coisa das medalhas douradas me levou àquela do Prêmio
Nobel, identicamente dourada... e como falamos de fármacos, por aqui, associei
ambas coisas. Já disse muitas vezes por aí, que inúmeros Nobelistas premiados nas
áreas da Medicina e da Química, tiveram suas premiações relacionadas, direta ou
indiretamente aos fármacos. Esta constatação reforça fortemente a compreensão
de que os fármacos são resultado dos esforços de pesquisa científica de natureza
interdisciplinar. Portanto, dos 210 premiados em Medicina, onde se incluem cientistas
de áreas diversas, inclusive básica, vários, desde o início da premiação, têm seus
nomes associados a fármacos. Dentre os 171 pesquisadores premiados na área da
Química, outros tantos, desde Emil Fischer (1902) como Sir
Robert Robinson, entre outros. Da mesma forma que a medalha olímpica, esta
premiação dourada também é “sonho de consumo”, agora de muitos cientistas...!
Esta combinação de JO´s com Nobel me leva a
concluir que existem algumas semelhanças, mantendo-se as proporções da
comparação dentro do razoável, entre uns e outros medalhistas. De cara pode-se facilmente
constatar que a faixa etária dos premiados é significativamente distinta..., o
mesmo observa-se na distribuição dos premiados entre os gêneros.... e também
pelas múltiplas premiações de um medalhista. Não temos como comparar, neste
ponto! Em Ciência não temos nenhum Michael Phelps...., quando muito um
bicampeonato, como Linus Pauling, por exemplo.
Como o Premio Nobel é um reconhecimento da
excelência de uma carreira científica - no caso destas premiações que estamos
considerando aqui - e muitos se relacionam aos fármacos, me ocorreu de pensar
quais seriam estes, dignos merecedores de honraria comparável. Algo do tipo: “Nobel
Molecular”, para os mais importantes fármacos... Quais poderiam ou mereceriam
ser incluídos? Critérios? Impacto terapêutico na Saúde, claro! Este poderia ser
um dos principais critérios, pelo menos para nós da Academia. Duvido que possa
ser um critério unânime, mas como já disse o poeta, a unanimidade é burra!
Claro que a Big-Pharma indicaria a
atorvastatina, maior best-seller da indústria farmacêutica de todos os tempos
com vendas superiores a US$ 150 bilhões durante o tempo de monopólio
patentário!
Pois bem, enquanto escrevo estas linhas, o
locutor televisivo convoca para mais uma super-emissão esportiva destes JO´s “à
la CaRioca”, como disse o outro. Claro que o AAS
entra na minha lista dos fármacos nobelistas, assim como a penicilina,
cimetidina, propranolol, sinvastatina e imatinibe, entre outros.
Obrigado por lerem.