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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Novo fármaco deuterado


No último mês de abril, a agência regulatória norte-americana
(Federal Drug Administration; FDA) aprovou o primeiro fármaco deuterado nos EUA. Este fármaco, com indicação para o tratamento e controle da doença de Huntington, uma desordem do sistema nervoso central,que se caracteriza como um distúrbio cerebral hereditário, fortemente degenerativo, que resulta na perda progressiva do controle mental e motor do paciente. Os sintomas geralmente aparecem entre os 30 e 50 anos de idade e costumam agravar-se por um período de 10 a 25 anos, culminando com óbito do paciente. Considerando-se que as ligações C-D são mais fortes que C-H, acredita-se que a troca isotópica de H por D, resulte em melhor ajuste da biodisponibilidade do fármaco deuterado viz-à-viz o fármaco não-deuterado, atribuindo-lhe maior resistência ao metabolismo oxidativo hepático, que envolve isoformas do CYP450.

Este fármaco (SD-809) tem patente da Teva e denomina-se deutetrabenazina (AustedoR), representando a classe dos dimetoxitetraidroisoquinolina-d6 e originou-se de um fármaco genérico (e.g. tetrabenazina), representando, neste caso, uma inovação farmacêutica incremental.
   Diversas Big-Pharmainter-alia: Pfizer, BMS, Vertex, Celgene, estão desenvolvendo projetos que compreendem novas moléculas deuteradas, visando explorar melhorias no comportamento metabólico.
Se lembrarmo-nos que há não muitos anos atrás eram pouquíssimos (~2%) os fármacos contendo átomos de flúor e que atualmente atingem a marca de ca. 25%, podemos estar iniciando uma nova etapa da presença de elementos químicos “exóticos” na estrutura dos fármacos, que atualmente tem predominância de C, H, O, N, S, Cl e F.
Obrigado por lerem.